Companhia de Teatro e Dança Avalon

Companhia de Teatro e Dança Avalon

domingo, 24 de novembro de 2019

AULA SOBRE ESCRAVIDÃO NO BRASIL

SABOTAGE





Minha relação de afeto com o RAP, já diziam os antigos: " Boca que fala, bunda que paga..."


Cresci na Zona Sul de Sampa, bairro conhecido como Sapolândia, muito barro, muita lama, muito caos, muita violência, um cantinho esquecido de meu Deus, Escolas precárias, muita enchente, mês de Janeiro, era tormenta, chovia, era CAOS, LAMA, TRISTEZA, em um bairro cheio de gente marrenta e guerreira cresci em meio à violência doméstica, a pobreza e a luta operária.
Meu irmão sempre ouviu Racionais, e eu? Bom, cabeça de minhoca, não curtia a batida do Cara, o que era a tal das quadradas ?
E pá e pum, vários bailinhos na época já diziam da levada, com quinze o Reggae me arrastou a alma, primeiro CD - The Legend, Bob, o Marley, ouvir Reggae junto dos meninos da Rua, sentar em volta da fogueira e curtir um som.
Eramos fãs de Bob, Ouvir o cara dos dread´s, sentir a pegada do som e viajar, enquanto rolava o base, eu só dizia: não valeu, tô só curtindo o som.
E assim, a música foi crescendo dentro de mim, bom gosto musical ?
Meu pai, me deu Jorge Ben Jor, que me trouxe outras lorotas pra ouvir, em casa, ou nas viagens em família o som era : forró, MPB e vez por outra uma levada de música religiosa, família mistureba, mineiros e potiguar´s, nesse flow da diversidade, falei muito mal do RAP, que merda é essa ?
Meu irmão me ralhava as idéias, me enchia o quarto com aquela bolacha, sim, uma bolacha nervosa do temido Brown, era temido, opa...
Se não, sempre me questionei: Que porra é essa de pega as quadradas e plaus...
Se dizem que a gente paga pelo que fala, hoje pago com gosto, amo a porra do RAP, e aprendi a gostar do Velho Sabota.... Dezesseis anos, o cara se foi ou melhor, levaram o Velho Sabota, com toda sua ideologia, sua luta e sua glória, e o que eu fazia em 2003 ?
Sei lá, já estava na Faculdade de Pedagogia, vários ideais, várias ideias, hoje o País é tema de chacota, viramos piada ou melhor o Capital que antes era LEI, agora virou ação de discórdia.
O tema é CAPITAL, a onda é gerar LUCRO e que se FODA a ideologia.
País CAPITALISTA, de anarfa político, e assim gira a roleta do mais forte ao oprimido.
Pra mim, que sou professora, a MANIVELA que girou a catraca do busão, não me bota medo, se pá e pum a gente pede carona, senão tiver como ir, por falta de GASOZA, a gente senta e espera.
Nasci na ENCHENTE, não morri de lepstopirose por que a lama não quis, não fui picada por mosquito por conta da pele castigada pelo açoite, mas a ideologia barata essa a gente vai perdendo, o SONHO nunca, a FÉ jamais...
E se posso dizer algo a ele, ao Velho Sabota só posso dizer: VALEU, CARA. VOCÊ É FODA.

Autora: Priscila de Fátima Jerônimo

domingo, 10 de novembro de 2019

CIBALENA

São Paulo, 22 de Outubro de 2019.
Cibalena
Dois corações unidos no amor, na dor, no sofrimento e na morte.
A dor da perda nos fez refém um do outro só nos sentimentos plenos, felizes e em paz na presença física um do outro.
Quando não nos vemos fisicamente, vamos ficando fracos, sem vida, desmotivados um auxilia o outro na missão. Isso é o amor mais puro elevado e verdadeiro que posso sentir.
Te conheço há 20 anos e há 20 anos, você se mantém fiel a mim, o homem é a mim que você serve, é a mim que você se entrega, é a mim que você se doa. E sou eu que te alimento, espiritualmente e materialmente por isso me preocupo com você, com seus caminhos malucos, com sua saúde, com seu equilibrio , cuide-se mais, proteja-se do mal, não deixe que por ingenuidade, façam- te mal ou mal a outrem por causa do teu desequilibrio emocional.
Eu sei que você me ama.
Eu sei, sinto e fico feliz que você ainda me ame. Obrigado por não ter desistido de me amar.
Eu também te amo.

Autora: Priscila de Fátima Jerônimo

QUANDO O NEGRO (A) SE DESFAZ DA PELE BRANCA...



Uma pergunta que tenho feito aos meus alunos do sexto ano, classes vazias de perguntas e repletas de imbecilizantes, sim, nivelo por baixo, começo o questionamento nas perguntas mais socráticas, do meio jeito maiêutico de ser, elenco alguns fatores da vida cotidiana, da maneira com que meus jovens se vestem, se portam e acima de tudo a realidade que os cerca, que os impulsiona a se auto conhecerem, dentro da triste situação financeira da sociedade do em torno.
Juntando esses fatores de minha vida como professora, alio meu olhar crítico aos casais de religião que tenho tido a oportunidade de analisar, com a premissa do olhar artístico, um viés engajado politicamente no que tange à busca por direitos e reconhecimento do ser humano como identidade de gênero, de cor e acima de tudo como ser que pensa, que atua e que age dentro de uma pólis, de preconceito, hipocrisia velada, a sabedoria do pagode da esquina, aliada ao churrasquinho de gato morto pelo vizinho com estricnina.
O gato da sabedoria que nos guia, é esse ranço do jeitinho brasileiro, O VELHO ZÉ CARIOCA, que nos impulsiona à malandragem, ao jeito sabido de ser, esse malemolência brasileira, a impressão que tenho que vivemos querendo dar o “truque” na vida, a escapadela, a fugitiva vida “bandidinha” de golpear pela lei do mínimo esforço, ranço dessa educação pseudo-católica, dessa colonização portuguesa, em que tudo é explorado, tudo é produto da exploração, da venda, da corrupção, da falta de ética, de respeito, do “toma lá – da cá” , roubo energético, espiritual, étnico e acima de tudo educacional.
O Brasileiro(a) não se vê como identidade Cultural além dos esteriotipos, a Marca da Espiritualidade Cultural desse Povo é: pobre, sofredor, corrupto, prostituido, violento, analfabeto digital, motor, atitudinal, político e acima de tudo incapaz de compreender em sua extensão os ditames da atual conjuntura política e sócio econômica deste país. Ranço da senzala que ainda nos abriga, que ainda nos gesta, somos pobres, pretos, negros, índios, miscigenados, culturalmente favelados, usados, usurpados, roubáveis, valorizamos o exterior, mas não nos damos conta do que anos de “ esmola” à la PT, fez com nossa alma, nos tornou isso: mendigos da educação.
Profissionais que se digladiam por centavos, por míseros direitos que já nos foram tirados, o perfil do trabalhador da educação e da cultura é o típico Clown, o Palhaço (a) que corre atrás do Carro do Governo jogando água pra apagar incêndio.
Cansamos, dessa máscara de Palhaços, estamos esgotados dessa política ridícula em que nosso sangue de meros trabalhadores que fomentam e vivenciam dia a dia, às lutas, os dilemas, as tristezas de ver a realidade de nossos educandos, nos fazendo acordar diariamente com mais gana, mais vontade de servir, de auxiliar, de engrandecer nosso pequeno papel nessa atual sociedade: EDUCAR.
Autora : Priscila de Fátima Jerônimo ?